Terminei de ler "O Castelo", de Franz Kafka. E não vou mentir: estou muito feliz de ter acabado hahahah. Não foi uma leitura fácil! Explico o por quê.
É, talvez, o livro mais confuso de Kafka. Pelo menos, é o que dizem! Ainda não li todos os livros dele (li apenas este e A Metamorfose), mas realmente achei O Castelo muito confuso. Por isso, se você quer começar a ler Kafka, comece por A Metamorfose e depois vá para outros contos e, também, para as cartas que ele escreveu. Ou, se você for ~meio~ teimosa como eu, leia na ordem que quiser. Hahahah
Mas, vamos falar sobre o livro. É um livro confuso. A narrativa é uma antinarrativa (as coisas não vão para a frente). A obra é inacabada. Não tem final mesmo.
Para ter uma ideia, é sobre um personagem chamado K. (não, ele não tem outro nome). Ele foi chamado para ir até um vilarejo para trabalhar como agrimensor. Porém, quando chega no vilarejo, descobre que não tem permissão para permanecer lá. Descobre, também, que não tem nem trabalho para ele fazer. Nem ninguém para explicar o que aconteceu!
Então, fica na dúvida de por qual motivo foi chamado para ir ao vilarejo, e tenta obter explicações. Tenta falar com os funcionários do castelo, mas é ignorado. Tenta caminhar até o castelo, mas a estrada o dispersa. As pessoas que vivem no vilarejo não gostam dele. As poucas informações que consegue obter são confusas.
Angustiante, né? Tentativas incansáveis de descobrir a verdade, mas sem resultado. Assim como o personagem, ficamos frustados. É como se não estivéssemos chegando a lugar algum. No entanto, a narrativa é desse jeito de propósito, claro. E a história pode levar a inúmeras interpretações diferentes, assim como os outros livros dele.
Como falei antes, a obra não tem final e termina no meio de uma frase qualquer. As perguntas ficam sem respostas. Mas, de algum modo me arrependo da leitura. Ler tudo o que Kafka escreveu está nos meus planos e, pelo menos, acredito que agora uma das partes mais difíceis já foi concluída! Ler O Castelo me ajudou a entender, ainda mais, sobre o autor. Em breve, vou ler as outras obras dele e espero entender, ainda mais, sobre a sua vida.
Ah, uma curiosidade: o livro foi publicado postumamente, em 1926. Kafka morreu em 1924 e havia deixado uma nota para o seu amigo, pedindo para destruir toda a sua obra. Esse amigo desobedeceu e, graças a ele, podemos ler Kafka hoje!
Até logo!
— Júlia.